Qualquer lugar é um bom lugar para quem não sabe onde quer chegar.

            De acordo com os dados divulgados na última sexta-feira (29/04) pelo IBGE, o município que mais cresceu no Brasil foi Rio das Ostras (11,24% ao ano), nossa vizinha. As outras nove cidades do Estado que mais cresceram nos últimos anos foram, nesta ordem: Maricá, Casimiro de Abreu, Macaé, Carapebus, Iguaba Grande, Armação dos Búzios, Quissamã, Cabo Frio e Mangaratiba.
           


Foto: Alexandre Oliveira
            
            Nota-se que das dez cidades que mais cresceram no Estado do Rio de Janeiro, somente Mangaratiba não pertencem a Região da Costa do Sol e Norte Fluminense. Esse fato se deve, acredito, às belezas naturais de nossa região, a relativa tranqüilidade se compararmos ao caos que é viver na região metropolitana e, claro, aos royalties.

            Em matéria, o Jornal O Globo, ressalta que a região cresceu bastante na última década e Rio das Ostras triplicou sua população, que antes era de 36.419 habitantes. No Censo 2010 este número saltou para 105.676, um crescimento de 190%.

            No entanto, é notório também que a região de Macaé, Rio das Ostras e Cabo Frio vem sofrendo com o crescimento mal planejado, o aumento da violência, dos bolsões de pobreza e a especulação imobiliária.

            Para que nosso município se beneficie do crescimento sem abrir mão de suas maiores qualidades que aqui destaco como, a tranqüilidade, a qualidade de vida e a hospitalidade de nosso povo, é fundamental pensar qual município que queremos nesse contexto de oportunidades que o petróleo oferece.

            Para começar, não temos como realizar vultosas intervenções estéticas como nossas vizinhas citadas, uma vez que nosso repasse de royalties por ano não representa nem o repasse mensal que o município de Rio das Ostras recebe, por exemplo. Só pra se ter uma idéia, nos últimos dois meses, o município de Rio das Ostras recebeu cerca de 25 milhões de reais de repasse referente aos royalties, enquanto que Iguaba Grande, no mesmo período, recebeu pouco mais de 800 mil reais.

            Ao contrário de outras cidades, Iguaba Grande não depende economicamente desses recursos para sua subsistência (o petróleo representa menos de 10% do nosso orçamento) e isso deveria ser um incentivo para que busquemos alternativas para nos desenvolvermos num ritmo e numa ordem aceitável, ao invés de nos lamentarmos por um “atraso”, que é relativo.

            Ora, se Iguaba não consegue atrair investimentos, como Rio das Ostras e Macaé, e turistas como Cabo Frio e Búzios, porque não nos tornarmos um celeiro de mão-de-obra qualificada para suprir a demanda daquelas cidades? Nós temos tranqüilidade, baixo custo de vida e boa localização geográfica, com fácil acesso a todas as cidades da região.

            Um planejamento na área educacional, com busca de parcerias com a iniciativa privada, investimentos do Governo Estadual e Federal, pode tornar nosso município um pólo de educação da Região dos Lagos.

            Isso atrairia pessoas com mais possibilidade de investir na cidade e abriria um horizonte de oportunidades aos nossos jovens que já saem do ensino médio sem perspectiva de trabalho. E melhor, a médio prazo, deixaria o município menos dependente dos empregos gerados pelos poderes públicos da cidade.


Jales Lins.
Em, 03/05/2011.


6 Comentários:

Anônimo disse...

Pois é., a gente tem que parar de se lamentar que somos a prima pobre e planejar nosso crescimento. Podemos ser tão atraentes de se viver quanto aos outras cidades.

Paulo Becker disse...

As vezes eu acho que nós não temos a noção do poder que Iguaba tem, imagine se Pelé não gostasse de futebol e se Airton Senna não gostasse de carros. Iguabenses precisam gostar e trabalhar para que a nossa cidade cresca e se transforme. Não é tão difícil, basta muito trabalho e boa vontade.

Jorgino Fabiano disse...

Imagino nosso município, repleto de repúblicas estudantis, com incentivos a empreendimentos educacionais e cunho cultural...
Aproveitando a tranquilidade da nossa cidade e a reduzida área territorial...
Um sonho que pode se tornar realidade.. EU ACHO...

Anônimo disse...

Iguaba , deseja tanto crescer, que traz em seu nome o desejo estampado, mas deve levar a sério o momento político, social e econômico que vive todo o Estado e o País. Se continuarmos errando, não chegaremos a um crescimento desejado, pois o crescimento citado, nada mais é do que um inchaço doloroso.
Autimério Penna

Ney Bellas disse...

Belo post, Jales!
Verdade seja dita o desenvolvimento da Educação e também da Cultura pode nos levar a novos horizontes. Por outro lado também vejo, e venho trabalhando nessa direção, que o desenvolvimento da AGRICULTURA FAMILIAR que hj a nível BRASIL é responsável por 70% dos alimentos que chegam em nossas mesas. Há ainda a importância da consciência ambiental. Incentivar a CULTURA da agricultura familiar aponta para um futuro economicamente interessante e ecologicamente correto. Apesar de os atuais Governantes não perceberem isso, persistimos em busca de Fundos Federais e sugerindo idéias como o TURISMO RURAL, formação de COOPERATIVAS APÍCOLAS e AVÍCOLAS e futuramente de CUNICULTURA. Educação é fundamental, mas é no ruralismo que esta o futuro.

Jales Lins disse...

Tenha certeza Ney que o conceito de cultura utilizado no texto foi lato. E a idéia de incentivar a cultura da agricultura familiar, o turismo rural e as cooperativas, principalmente na região de Sapeatiba Mirim está entre as idéias que penso que deve ser desenvolvidas em Iguaba Grande. São propostas viáveis que dão amplo sentido ao conceito de gestão democrática da cidade. Podemos conversar a respeito.

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