COLABORAÇÃO - Incompreensível

 Quando alguém  começa a usar frases desconhecidas, é bom
prestar atenção, estão criando confusão na língua portuguesa, pois o
que deveriam era se expressarem com palavras que muitos ou alguns
conseguissem entender.
 

 Certas pessoas acham que usando algumas frases ou palavras
as tornam mais inteligentes, ou mais profissionais. Conseguem, apenas,
tornar-se confusas, ou simplesmente idiotas. As coisas até que não
estariam de todo mal se só os pseudos intelectuais falassem desse
modo. O que se mostra, na verdade, é que o português está sendo
tratado a pedradas em nosso país.

O problema começa com a leitura. O ex-presidente Lula, por
exemplo, vivia se orgulhando de não ler livros, algo que considera,
além de chato, como um certificado de garantia de suas origens. Muita
gente, também, não lê livro nenhum, ou então lê pouco. Lê livros ruins
ou não entende o que lê.
 

 A maioria das pessoas, têm, sabidamente, problemas sérios
na hora de entender o que escrevem. Ou, mais especificamente, não
escrevem nada. No mesmo caminho  vão professores (do primário à
universidade), artistas, profissionais liberais, cientistas,
escritores e os que se intitulam jornalistas (que já foram definidos,
por sinal, como indivíduos que desinformam, deseducam e ofendem o
vernáculo).
 

 O mal uso do português resulta em diversos problemas de
ordem prática, o primeiro dos quais é entender o que se diz e o que se
escreve. Não é raro, por exemplo, advogados assinarem petições nas
quais não conseguem explicar direito o que, afinal, seus clientes
estão querendo. Juízes darem sentenças em português tão ruim que não
se sabe ao certo o que decidiram.
 

 Existem leis, decretos, portarias e outros documentos
públicos imcompreensíveis na primeira leitura, ou mesmo na segunda, na
terceira e as quantas mais vierem. Não se sabe, muitas vezes, que
linguagem foi utilizada na redação de um contrato. Alguns permanecem
indecifráveis.
 

 Há mais, nisso tudo, do que dificuldades de compreensão,
pois quando se corrompe a linguagem, se corrompe, logo em seguida, o
pensamento. É o risco que se corre com o português praticado
atualmente de terno, gravata e diploma universitário.
 

 Do jeito que vai, vou rasgar meu diploma e jogar no lixo.

Rodney Soares