TERRITÓRIO IGUABENSE

 Postei esta matéria no blog de um amigo, mas acredito que aqui ele se ajuste perfeitamente, pois faz parte do nosso dia a dia, do nosso passado e que com certeza interferirão em nosso futuro. Muito se fala de como era a nossa cidade, das suas características geográficas, sociais e econômicas, mas infelizmente poucas foram as informações compiladas e catalogadas, e praticamente nada foi mensurado em questões estatísticas para fins de um planejamento urbano.


 Se realmente “Uma imagem pode dizer mais que mil palavras”, as imagens que ilustra esta postagem se referem a área central do nosso município, sendo uma datada entre os anos de 1970 e 1980, época do nascimento de muitos que estão lendo esta matéria, e a segunda em meados da primeira década do século XXI, ou seja, pouco mais de trinta anos da primeira imagem.


Durante muitos anos o fomento à construção civil, escorado na ausência de uma legislação mais clara e rígida, especialmente no que se refere às áreas de preservação e as faixas marginais de proteção, promoveu, severos e praticamente irreversíveis, alterações nos corpos hídricos que banham nosso município. Em razão disso, alagamentos, pavimentações que demandam maior manutenção, edificações com alto grau de umidade e com custos de fundação bem mais alto, e ainda, dificuldade de implementação de sistemas de saneamento mais eficientes, pelos altos custos das tais estações elevatórias.


 Como ocorreu e ainda ocorre na maior parte das cidades brasileiras, a ocupação se concentra tomando por base, unicamente a proximidade com os centros urbanos e o acesso a principais vias, sem considerar um planejamento estratégico, baseado em dados geográficos e de expansão urbana.


 A prova mais clara deste equívoco de ocupação, se da pelo fato de que em Iguaba, ela se deu justamente na área com a mais baixa curva de nível de nosso território, ou seja, onde a maior parte das edificações e dos investimentos públicos estão praticamente ao nível do mar, sofrem assim, muito com os fenômenos naturais.


 Esta baixa altitude somada à composição das bacias hidrográficas, que pelo seu volume, batizaram o nosso município lhe emprestando o titulo de “lugar de muitas águas”, acabam por dificultar a distribuição de água encanada, por mais controverso que possa parecer, já que em via de regra, esta seria distribuída com auxilio da gravidade.


 Olhando por este prisma, podemos afirmar que, os grandes loteadores que acabaram por se tornar construtores, ao implantar seus condomínios verticais, embora tenham trago um desenvolvimento necessário a época, não consideraram o impacto negativo que tais investimentos poderiam trazer, ao reduzir, alinhar ou até mesmo suprimir os corpos hídricos que “atrapalhavam” seus projetos, ou no mínimo, reduziam os ganhos de capital com a área que estavam ocupando.


 Diferente de muitas ocupações que ocorrem em áreas indevidas, feitas por pessoas carentes e que acabam por criar bolsões de pobreza ou favelização, as ocupações feitas no território iguabense foram devidamente legalizadas e se destinaram a um público de classe mais favorecida, fato que dificulta ainda mais ações de ordenamento por parte do poder público.


 Pois bem!! Espero que todos que iniciaram esta leitura, o façam até o fim, caso contrário poderiam levar consigo a impressão de que nosso município não tem mais jeito, o que não é uma verdade.


 Com o advento da “via-lagos”, o território iguabense foi literalmente cortado ao meio, logicamente que a localização traçada pela concessionária não foi aleatória, considerou evidentemente as características mais atraentes para sua empreitada, dentre elas, a curva de nível, ou seja, a altitude que garantisse ao seu investimento a melhor localização, que diminuísse os custos de conservação e de traçado, desta forma separando a área territorial iguabense que “não deveria ter sido ocupada” com a que possui as melhores características geográficas.

 Em resumo, cabe ao poder público investir no zoneamento municipal, definindo claramente as regras de uso e ocupação do seu solo, incentivando a ocupação das áreas com as melhores características, inibindo a ocupação das áreas que devem ser preservadas, e o mais importante, monitorar todo seu território evitando que os erros cometidos no passado recente se repitam ou se agravem, não perdendo de vista a função social da propriedade.


 Jorgino Fabiano Pereira
Iguabense por opção.



6 Comentários:

Anônimo disse...

PARABÉNS MENINOS! TEMOS QUE FAZER ALGO EM QUANTO A TEMPO ESTE LUGAR É UM PARAISO CUIDE BEM DESTE LUGAR QUE VCS AINDA TEM, LUTEM CUIDEM PRESERVEM IGUABA AGRADECE... EU TAMBÉM.
BLUMENAU SC

Paulo Becker disse...

Nossa cidade reúne pessoas inteligentes, capazes e interessadas de lutar pelo sonho de ver Iguaba realmente Grande, fico muito feliz quando vejo, ouço e leio coisas boas sobre Iguaba. Ao amigo de Blumenau, uma terra tão linda, fica o meu obrigado pelo comentário, é sempre muito lisongeoso receber as opiniões e criticas construtivas de todos que são de Iguaba e dos que moram longe.

Unknown disse...

Comentário inteligente e sóbrio, onde nos leva a reflexão de como queremos chegar com a nossa cidade.
Meus parabéns a turma do iguabamais. Vcs estão fazendo um bom trabalho.
Abração.
OLIVEIRA

PEDRO FELIPPE disse...

o processo de criação e desenvolvimento de programas que buscam melhorar ou revitalizar certos aspectos (como qualidade de vida da população) dentro de uma dada área urbana (como cidades ou vilas); ou do planejamento de uma nova área urbana em uma dada região, tendo como objetivo propiciar aos habitantes a melhor qualidade de vida possível. O planejamento urbano, segundo um ponto de vista contemporâneo (e, em certa medida, pós-moderno), tanto enquanto disciplina acadêmica quanto como método de atuação no ambiente urbano, lida basicamente com os processos de produção, estruturação e apropriação do espaço urbano. A interpretação destes processos, assim como o grau de alteração de seu encadeamento, varia de acordo com a posição a ser tomada no processo de planejamento e principalmente com o poder de atuação do órgão planejador, é preciso que se tenha o minimo de preocupação,o plano criado por um grupo de planejadores urbanos que tem impacto válido para toda a comunidade da cidade, por um certo período de tempo, e essa deve ser uma preocupação constante, Iguaba necessita de uma verdadeira mudança, precida de Industrias de um planejamento sério, pois corre o risco de tornar-se a mais alguns anos uma cidade sem referncia e sem destino. A iniciativa da criação deste site foi e vai ser muito importante, para que se inicie em nossa sociedade debates profundos em busca do real crescimento de nossa cidade, precisamos fazer com que a população se enganje realmente em um pojeto sustentável para todos nós.

Parabéns

PEDRO FELIPPE

Jorgino Fabiano disse...

Perfeitas as observações.
E é este mesmo nosso objetivo, que a sociedade civil passe a ser realmente uma Sociedade Civil Organizada, em prol de um objetivo comum.

pauloprofgeo disse...

Sou professor em Iguaba Grande, na E.M. Alice Canellas da Silveira e, por conta da matéria do 1º B.M. estou trabalhando com meus alunos do 6º ano o Espaço Geográfico e inserido na matéria a questão sobre lugar do dia a dia do cidadão. Abordei questões como a Lagoa de Araruama não ser uma lagoa e sim uma laguna, por conta da sua ligação com o oceano através do Canal de Itajuru... buscando incutir nos discentes uma dose de ufanismo municipal. Eles enxergam a Lagoa como um local poluído e feio, mas aos poucos estão vendo com outros olhos o lugar deles. Um grande abraço em todos iguabenses e, em particular, meus alunos.

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