COLABORAÇÃO - Uma Iguaba que se apequena

 Vivi mais da metade de meus dias em São Pedro da Aldeia e, por um curto período, já com quase 20 anos de profissão, fui trabalhar como jornalista na prefeitura de Iguaba Grande, em 2006 e parte de 2007, no segundo mandato de Hugo Canellas, a convite de sua então secretária de Governo, Elide Conte, a Dedê, de saudosa memória.


Ao chegar à prefeitura, encontrei um cenário de guerra entre os funcionários da assessoria, todos comissionados (exceção para o assessor-chefe, o cartunista Gersus) e Dedê, que já havia sido vítima até de panfletos apócrifos criados por esse grupo.

 Embora já soubesse de tal situação antecipadamente, equilibrado em corda bamba, consegui angariar, senão a simpatia, mas pelo menos o respeito profissional da equipe. Mas como a guerra continuava e o prefeito não descia do muro, a solução encontrada foi tirar a comunicação do prédio principal da prefeitura e trocá-la de secretaria.

 Fomos deslocados então para a secretaria de Assuntos Parlamentares, comandada por Cauby Rezende. Era nitidamente uma secretaria criada para garantir espaço para o empresário do ramo hoteleiro, que havia tido importante função durante a campanha eleitoral, no governo. Mas quase nada funcionava por ali, nem o relacionamento com os vereadores, como podia fazer crer o nome da pasta.

 Afastados dos acontecimentos e do próprio prefeito, jogados em uma sala sem telefone, sem internet, começamos a tentar realizar o milagre da Comunicação. Mas existiam vários poréns no caminho: um subsecretário chamado Murilo, que sem função especifica até então, passou a dar pitacos nos trabalhos. O secretário só aparecia em sua sala lá pelas 14h, e preferia não dar palpites.


 Inventou-se então um Seminário de Comunicação, que fizemos de maneira até brilhante, diante dos parcos recursos, mas sem objetivo nenLLhum, a não ser fazer com que o secretário ficasse bem na fita com o prefeito.

 Enquanto isso, eu observava o andamento da vida iguabense e percebi, após algum tempo que a política não era bem uma paixão na cidade, como parecia. O que trazia a passionalidade para a coisa era a sobrevivência, o emprego. Quem estava dentro da prefeitura, brigava para continuar, mesmo sem querer trabalhar (caso de mais da metade dos secretários daquele governo). Quem estava fora, queria entrar, para fazer a mesma coisa, ou seja, nada.

 E foi exatamente nesse cenário que se deu minha saída. Desde que entrei, sofria pressões por ser de outra cidade, o que tentei superar mostrando trabalho. De uma certa forma, até consegui. Só não obtive sucesso junto aos que temiam gente mais competente que eles no trabalho. Para esses, quem trabalhava representava uma ameaça.

 O momento da saída nunca é agradável, até porque ninguém trabalha por esporte e sim por sobrevivência. Mas pouco tempo depois, ao ver o Titanic em que se transformou o governo Hugo, que pecava pela condescendência com a equipe, até agradeci por não estar lá na hora do naufrágio.

 Hoje, de longe, recebo notícias, através dos amigos, do que acontece na simpática Iguaba, que continua a padecer. Não tenho como falar sobre o momento atual, mas no curto período que estive por aí, posso imaginar que a novela se repete.

 Por isso, aceitei colaborar com o novo site e, nesse artigo de estréia, quis mostrar que se todo mundo topar trabalhar, é possível virar o jogo e fazer uma Iguaba + de verdade. Mas tem de ter comprometimento e vontade. Bem ao contrário do que vi quando estive aí e não gostei nada, nada.




Renato Silveira, Jornalista. FOLHA DOS LAGOS

11 Comentários:

Anônimo disse...

Entendo a emoção, mas você aceitou o desafio e sabia que não ia ser
fácil e disse: _"...encontrei um cenário de guerra ..."
E não parou ai, ainda disse o que vazia lá : _"Quem estava fora,
queria entrar, para fazer a mesma coisa, ou seja, nada."
E o pior de tudo foi dizer :
_" E foi exatamente nesse cenário que se deu minha saída." Pediu pra
sair ou foi convidado a se retirar ?
E o fim foi terrível, quando disse:
"_...agradeci por não estar lá na hora do naufrágio."
Putzzzz! Não concordo com nada do que disseste, mas defendo com
fervor o direito inalienável de sua penitencia ou flagelo como
preferir.


Autimério Penna

Ney Bellas disse...

Olha, Renato não vou dizer que entendo o que quis dizer, mas concordo com o final de seu texto onde diz: "é possível virar o jogo e fazer uma Iguaba + de verdade. Mas tem de ter comprometimento e vontade." Tenho visto isto acontecer todos os dias, pequenos e modestos passos em direção a um futuro melhor. Assim creio! Afinal, não é isto mesmo este site?

Paulo Becker disse...

Renato é um grande amigo, um grande profissional. Sinto orgulho em ter um profissional de sua capacidade estando junto desse projeto tão bacana que é o iguabaMais.

Jales Lins disse...

Pois é... a essencia do site é, e sempre será, a troca de idéias em torno das questões do nosso município. E o relato do Renato é importante, pois é com os erros e acertos do passado que a gente molda no futuro.

Anônimo disse...

Sonho em ver Iguaba linda e maravilhosa, sei que ainda tá longe esse dia, pois depende de políticos, mas quero muito que chegue o dia.

Anônimo disse...

Um sábio provérbio árabe define o pote até aqui de mágoas do escriba Renato . Os cães latem .... e a caravana passa ,

Anônimo disse...

ATÉ TU BRUTUS ? Pois é , ficou pelo que notei ,na prefeitura de iguaba até ser demitido.Agora anos depois vem o chororô , cuspindo no prato em que comeu .Será que está querendo vaga na comunicação de Oscar ? Pelo que sei lá tem gente até demais .Vaga no jornal do Hugo não vai ter , oGersom e a Claudia já estão lá . Hugo pode voltar à prefeitura com Cauby a tira colo . Tudo como antes , e a vida em Iguaba continua .Abraços , felicidades , cara pálida .

Renato disse...

Eu não ia comentar as babaquices postadas até etnão, mas imaginar que quero vboltar a trabalhar em uma cidade em que o trabalho não é encarado como coisa séria me fez voltar até aqui. Estou na Folha dos Lagos há quatro anos e trabalhar em assessoria de político é coisa que não me passa pela cabeça, ainda mais para essa turma.Não me iguale a vc, anônimo, que nem coragem de escrever seu nome tem
Renato

Anônimo disse...

O artigo do Sr Renato reflete apenas um monte de recalques denegrindo fatos e citando pessoas e só fazendo elogios pessoais, tipo apesar de tudo , eu era bom . Não explicou porque, certamente, foi demitido . Em síntese...coisa horrorosa .

Renato disse...

Coisa horrorosa é fazer comentários sem identificação. Não tenho dúvidas que sou bom mesmo, nunca fui demitido por incompetencia em lugar nenhum e´daí saí pq bati de frente com um dos incopentenss que trabalhava no governo hugo. Estou hpa quatrro anos no mesmo emprego, tenho coluna fixa e fui chamado para fazeer um blog no site do jornal. Talvez quem estivesse lá é que não fosse bom, e o que se ve em Iguaba hj é o retrato dessa gente que só quer mamar, ao invés de honrar o dinheiro do povo que os paga. Espero que o anonimo não seja um desses sanguessugas
Renato

Jorgino Fabiano disse...

O nosso site sempre estará aberto a todas as contribuições, desde que o texto seja idenficado pelo autor e que não ofenda a moral e os bons costumes.
Não quero e nem devo tirar ou dar razão a qualquer uma das partes, mas lembro que nosso desejo e navegar no campo das idéias.

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